A melhor maneira de fazer compras no exterior


O Real valorizado deu o empurrãozinho para muita gente fazer as malas e viajar para o exterior. Com produtos mais baratos que no Brasil, a bagagem costuma volta mais pesada com eletrônicos, roupas, perfumes, bebidas... Sem falar nos presentinhos para a família e os amigos.

Na segunda-feira 28, o governo aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2,38% para 6,38% para compras com cartão de crédito fora do País. A medida, que começa a ser aplicada 30 dias após o decreto presidencial, vai encarecer as despesas, mas ainda assim compensa comprar importados.

Só para comparar: a versão mais básica do iPad 2, lançado recentemente, custa a partir de US$ 499 (cerca R$ 843,31) nas lojas da Apple nos Estados Unidos – sem o serviço 3G. Com o aumento da alíquota do IOF, o tablet sairá por R$ 897,12.

Por enquanto, não há previsão de quando o novo modelo vai chegar ao Brasil, mas a primeira versão do eletrônico disponível nas lojas brasileiras custa desde R$ 1.399. Ou seja, você faz uma boa economia quando compra o aparelho lá fora.


“Mesmo com o aumento do imposto, é mais vantajoso comprar produtos no exterior. O objetivo do governo é aumentar a arrecadação tributária taxando produtos comprados no exterior, o que vai afetar a classe média”, avalia o professor de finanças José Carlos Luxo, da Fundação Instituto de Administração (FIA).

Quer pagar quanto?

O aumento do IOF de 6,38% afeta apenas as compras com cartão de crédito. Quem usar cartões de débito pré-pagos, traveller checks ou comprar moeda estrangeira, continuará pagando a alíquota de 0,38%. Fizemos as contas para você comparar quanto vai gastar em uma compra de US$ 1 mil:

Cartão de crédito
US$ 1.000,00 x 0,0638 (6,38% de IOF) = 63,80 US$ 1.063,80 x 1,69 (taxa de câmbio média) = R$ 1.797,82

Cartão de débito pré-pago e traveller check:


US$ 1.000,00 x 0,0038 (0,38% de IOF) = 3,80
US$ 1.003,80 x 1,69 (taxa de câmbio média) = R$ 1.696,42

Dinheiro vivo
US$ 1.000,00 x 0,0038 (0,38% de IOF) = 3,80
US$ 1.000,38 x 1,72 (dólar turismo) = R$ 1.726,54

“Neste momento, o cartão de débito pré-pago é a forma mais vantajosa para as viagens internacionais. Porém acredito que, no futuro, o governo também poderá elevar o IOF para esse tipo de cartão se eles forem muito utilizados”, diz o professor José Carlos.

Como levar dinheiro ao exterior
Como a máxima de não colocar todos os ovos em uma única cesta também se aplica às compras no exterior, conheça as várias maneiras de pagar suas despesas. Sem voltar com o peso das dívidas.

Cartão de débito pré-pago
São uma boa alternativa já que a taxa de IOF é menor: 0,38%. Fáceis de usar, os cartões de débito pré-pagos são uma evolução dos antigos traveller checks. E funcionam como os celulares pré-pagos: você carrega com o montante que pretende gastar, que geralmente é em dólar americano, libra esterlina e euro. Se a moeda usada no destino da viagem for diferente, a conversão é feita no momento da compra.
“Além da segurança e praticidade de não ter que andar com dinheiro vivo no bolso, a vantagem é que você fixa um limite de gastos e não se preocupa com a flutuação cambial”, afirma o professor José Carlos. Em caso de perda ou roubo, o cliente recebe um cartão adicional.

Há três opções de cartões pré-pagos: o Visa Travel Money, o MasterCard Cash Passport e o American Express GlobalTravel. Saiba que ao inserir a quantia, o cliente paga uma taxa. E ao sacar dinheiro no caixa eletrônico, também incide uma cobrança que varia de acordo com cada empresa.

Traveller check
O IOF cobrado nos traveller checks também continua de 0,38%. Como é preciso trocar os cheques por dinheiro em casas de câmbio ao chegar ao país de destino, eles vêm perdendo terreno para os cartões de débito pré-pagos.

Antes de embarcar, vale a pena listar os locais que realizam essa transação. Em caso de perda ou roubo, podem ser reembolsados pelo banco e não possuem data de validade.

Dinheiro Vivo
Para pequenas despesas, como um café ou a conta do táxi, leve dinheiro do país para onde vai viajar. Além de não se preocupar com a flutuação cambial, dá para barganhar em comprinhas, já que o pagamento é na hora.

A taxa de IOF cobrada na compra de dólares é de 0,38%. Mas leve em conta que terá que desembolsar um pouco a mais na conversão. “Para viajar, as pessoas físicas compram o dólar turismo, cuja cotação é mais cara do que o comercial e o paralelo. Pesquise as taxas cobradas nas casas de câmbios e bancos e saiba que só é possível levar no máximo US$ 10 mil”, recomenda o professor de finanças pessoais Samy Danada da Faculdade Getúltio Vargas (FGV-EESP).

Redobre a prudência, já que o valor não será restituído em caso de perdas e roubos. Uma dica: nunca ande com um bolo de dinheiro nem com notas muito altas, pois é difícil conseguir troco.

Cartão de crédito
Mesmo com o aumento da taxa do IOF para 6,38%, o cartão de crédito é uma forma segura e prática de comprar no exterior. Em caso de perda ou roubo, é fácil bloquear e solicitar outro cartão. Além disso, o cliente recebe todas as despesas discriminadas no extrato do banco.

Fique de olho no limite do cartão e na conversão do valor, que é feita com base no câmbio do dia do pagamento da fatura e não no da compra, o que pode trazer surpresas desagradáveis. Também é bom evitar saques sucessivos de dinheiro no caixa eletrônico já que o cliente paga uma taxa pelo serviço, que varia de acordo com o banco.

* Os cálculos foram feitos pelo professor de finanças José Carlos Luxo, da FIA
**Foi considerada a taxa de câmbio do cartão de crédito de R$ 1,69 (média entre a taxa de câmbio comercial de R$ 1,66 e câmbio turismo de R$ 1,72), referentes ao dia 28 de março de 2011

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