Curta o sol sem prejudicar a pele


A época mais quente do ano já chegou e, com ela, muitos banhos de sol, praia e piscina. Os cuidados com a pele precisam ser redobrados, devido à incidência dos raios ultravioleta (UV) dos tipos A e B, para que você não sofra queimaduras e não corra o risco de desenvolver câncer de pele, além das chances de envelhecimento precoce.

Não pense que é apenas durante viagens à praia ou nas idas ao clube que o protetor solar deve ser aplicado. “O filtro deve ser usado todos os dias, principalmente por pessoas de pele mais clara”, orienta Luiz Guilherme Martins Castro, médico responsável pelo setor de Dermatologia dos laboratórios Fleury de medicina diagnóstica. "O produto deve ser aplicado diariamente no rosto, nas mãos, no couro cabeludo (em casos de calvície), e nas orelhas", ensina.

Também é preciso evitar a exposição solar nos horários de maior insolação (entre 9h e 15h ou 10h e 16h, no horário de verão). O FPS 15 protege contra 95% da radiação e o FPS 30, 97,5%. Como o produto leva cerca de 30 minutos para começar a agir, é importante aplicá-los antes de sair de casa.

Quem sofre mais

Pessoas com muitas pintas, de pele clara, com histórico de exposições excessivas ao sol, com casos na família e fumantes estão mais propensas a desenvolver câncer de pele.

Dados do Instituto Nacional do Câncer indicam que o câncer de pele representa 25% de todos os casos da doença registrados no Brasil. No geral, o câncer que ataca a pele pode ser dividido em dois grandes grupos: os carcinomas - menos agressivos e quase sempre curáveis, que representam por volta de 95% dos casos - e os melanomas, que são mais agressivos e podem ter conseqüências graves.

Pele mais protegida

Além do filtro solar, Castro conta que já existem roupas com fator de proteção solar (FPS) no tecido, o que ajuda a barrar os raios ultravioleta. “Um guarda-sol de náilon, por exemplo, deixa passar mais raios do que um guarda-sol de pano. Quanto mais densa a trama do tecido, maior a barreira de proteção", explica o médico.

Quem se encaixa no perfil de maior probabilidade ao câncer de pele deve fazer uma varredura anual nas pintas com um dermatologista. Hoje, o paciente já pode fazer um auto-exame, após orientações do médico, observando lesões suspeitas, como pintas escuras, que podem apresentar perigo.

Outros problemas comuns no verão

A micose costuma manifestar-se no verão, devido ao calor e umidade. Sunga ou maiô molhados o dia inteiro sobre a pele e partes íntimas costumam ser um prato cheio para as micoses. "O corpo tem pregas e dobras suscetíveis às micoses e essas regiões devem estar sempre secas", alerta Castro. Evite maiô molhado em contato com a pele durante muito tempo e troque sapatos e meias que tenham ficado úmidos por causa de chuva ou suor. "O ideal é vestir roupas de algodão, que deixam a pele respirar melhor", orienta.

A pele exposta ao sol fica mais espessa, expele mais oleosidade e os poros ficam obstruídos. Esse conjunto de fatores pode levar ao surgimento da acne de verão (acne de Mallorca). "Evite o uso excessivo de hidratantes e cremes oleosos, que podem obstruir os folículos cutâneos", sugere o médico.
As brotoejas são mais comuns nas crianças, pois, conforme explica Castro, as glândulas sudoríparas dos pequenos e o sistema de controle térmico são imaturos. “Por isso, elas suam muito e estão mais sujeitas a entupimentos, que impedem que o suor chegue à superfície da pele", afirma o dermatologista. É indicado usar roupas mais leves, como as de algodão, evitar ambientes muito quentes e se expor nos horários de pico ao sol. Na praia ou na piscina, refresque a pele da criança constantemente jogando água sobre a cabeça e o corpo.

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