Preço, cultura e gastronomia fazem de Buenos Aires, na Argentina, um destino apaixonante

A curta distância, o preço convidativo da passagem aérea e o câmbio, que continua favorável - embora não tanto quanto há alguns anos -, são fatores que contribuem para que Buenos Aires continue sendo um dos destinos mais procurados pelos brasileiros. Some isso à paixão do tango, à riqueza da gastronomia e à beleza da arquitetura com ar europeu e não é difícil entender porque Buenos Aires nunca perde o encanto. Mais que uma cidade de bons restaurantes, aconchegantes cafés e pontos turísticos conhecidos, Buenos Aires é uma cidade de alma. O inverno muito frio e o verão muito quente são manifestações da personalidade de um local que parece não conhecer o meio termo. A intensidade dos torcedores apaixonados, a entrega dos dançarinos nos palcos e ruas e as baladas lotadas que começam bem tarde mostram a intensidade dos porteños, rivais nos campos, mas ótimos anfitriões.


As calçadas planas e a proximidade entre os principais bairros ajudam os turistas que chegam a Buenos Aires para passar poucos dias ou até mesmo um final de semana. Mas não se engane. Embora dê para conhecer os principais pontos da cidade em pouco tempo, Buenos Aires merece muito mais que dois dias para ser explorada. O ideal é ter pelo menos dois finais de semana na capital, já que diferentes bairros possuem ótimas feiras livres, todas funcionando só aos sábados e domingos.


Na Plaza Dorrego, em San Telmo, por exemplo, restaurantes rodeiam a famosa feira de antiguidades que divide espaço com bailarinos que tentam ganhar alguns pesos dançando tango para os turistas. As antiguidades são caras, mas parar alguns minutos para beber um vinho, ou uma cerveja de litro, a preços muito convidativos, pode ser o mais valioso deste passeio. Para quem prefere novidade e modernidade, melhor se direcionar para o outro lado da cidade onde, em Palermo, novos estilistas expõem suas criações em volta da Plaza Julio Cortázar (também conhecida como Plaza Serrano), dentro de bares que ficam quase irreconhecíveis quando a noite chega, mas igualmente atraentes. Na praça, a feira livre com belas bijuterias e boas opções de presentinhos completam o passeio.

Também de final de semana outra feira que merece ser explorada é a feira da Plaza Francia, no bairro da Recoleta, que acontece em frente ao famoso cemitério onde Evita Perón está enterrada. O próprio cemitério é uma das atrações, mas que só deve ser visitada depois de o turista ter aproveitado as partes pulsantes da cidade. De todas as feiras livres que Buenos Aires oferece, a da Recoleta é com certeza a que traz mais tentações e a que merece mais tempo, pois não é pequena. À direita da feira, na parte de cima da praça, uma espécie de shopping para casa, o Buenos Aires Design, completa o passeio com lojas cheias de móveis e novidades em decoração. O dia pode muito bem terminar no Hard Rock Café, que tem acesso pelo terraço do Buenos Aires Design e que, embora não fuja do clichê, oferece ótimos pratos e ambiente gostoso.

Outro ponto que briga pela atenção dos turistas no final de semana é o Caminito, uma verdadeira passarela de lembrancinhas do estilo “estive em Buenos Aires e lembrei-me de você” mas que tem que ser visitada por quem vai à cidade pela primeira vez. Em uma das primeiras galerias enfiadas entre os restaurantes não deixe de ouvir um pouco as milongas interpretadas por Domingo Agnese, que toca bandoneón em frente ao chapéu onde recebe os trocados dos turistas, sorrindo para quem filma ou tira fotos suas. Na dúvida entre tantas coisas para fazer no fim de semana, visite o Caminito outro dia. Não é tão agitado, mas pelo menos possui alguma movimentação, ao contrário das feiras dos outros bairros que não são montadas de segunda a sexta.

Se estiver na cidade durante uma segunda-feira, uma ótima dica é sair um pouco do eixo turístico para ir até o Complexo Cultural Ciudad Konex. Lá, há cinco anos, acontece todas as segundas-feiras das 19h às 22h a La Bomba De Tiempo, show de percussão improvisada que reúne muita gente bonita, clima de festa e ingresso barato. Imperdível.

Embora andar por Buenos Aires seja fácil e gostoso, os táxis em conta são ótimos aliados para quem não tem tanto tempo para ver tudo que a cidade oferece. O transporte público é ainda mais barato e alcança vários pontos da cidade, embora não esteja em tão boas condições. O metrô possui intervalos relativamente grandes entre um trem e outro (uma média de seis minutos) e os ônibus só aceitam moedas. Antes de embarcar separe as suas pois o motorista não irá aceitar notas.

O passeio por Puerto Madero deve ser feito preferencialmente a noite, quando as luzes refletem na água do Rio da Prata e os restaurantes oferecem uma bela vista. O bairro portuário, que há vinte anos possuía apenas galpões em péssimo estado, foi completamente revitalizado e hoje tem o metro quadrado mais caro de toda a cidade. Para quem gosta de cassinos, um pouco mais afastado, mas ainda em Puerto Madero, um navio atracado oferece mesas e máquinas de jogo já que em terra eles são proibidos.

E, claro, o centro é parada obrigatória. Lá se concentram as principais atrações turísticas como a famosa Casa Rosada, a disputada Calle Florida (onde fica o belíssimo shopping Galerías Pacífico) e o icônico Obelisco, além de grande parte das ofertas de hospedagem. Ainda sim, as ruas sempre muito cheias fazem com que a região central não seja necessariamente a melhor para se hospedar. O bairro da Recoleta, por exemplo, é perto suficiente de tudo e muito mais tranquilo e charmoso. Dê preferência por este bairro aristocrata, arborizado e cheio de cafés e descubra uma Buenos Aires mais porteña e menos abarrotada de turistas. Com um pouco de disposição é possível ir a pé até o centro, de ônibus ou metrô até Palermo ou mesmo de táxi para os famosos outlets próximos da Avenida Córdoba.

Uma vez em Buenos Aires, não deixe de frequentar bons restaurantes, ir a algum show de tango e viver o máximo que puder de uma cidade que é ao mesmo tempo apaixonante e apaixonada. Mesmo se puder ficar apenas poucos dias, vá. Vá e volte planejando o retorno.

Fonte:Uol

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